O Livro Livre

23:24

O Livro Livre

Sempre que eu penso na chegada do meu livro, sinto automaticamente um frio na barriga. É inevitável, às vezes estou de boas descendo o feed de notícias do Facebook e... Booom! Lembro que meu livro está sendo publicado e que logo ele vai chegar na minha casa. E nas livrarias. E na casa das outras pessoas. Elas vão pegar meu livro, folhear as páginas... E vão conhecer a história que eu escrevi. Vão conhecer meus personagens, minha forma de narrar, meus pequenos tiques literários... Vão conhecer tudo. Minha história vai ganhar o mundo, vai fugir do meu controle, não vou poder acompanhar o que cada um vai sentir enquanto estiver passando as páginas. Não vou poder ver seus rostos contorcidos de horror nas cenas pesadas, as expressões de surpresa nos plot twists e, principalmente, não vou ver seus risos tímidos (e talvez de vergonha alheia) que poderão soltar em algumas cenas.


Precisamos falar sobre as personagens femininas nos livros

15:54

Precisamos falar sobre as personagens femininas nos livros

A primeira coisa que eu faço quando acordo, antes mesmo de descobrir que horas são, é olhar meus e-mails, porque quando a gente está publicando um livro nunca se sabe quando algo importante pode chegar. E então eu me deparei com váááários e-mails, só que não era spam ou da Chiado, mas sim do Wattpad (publico Oposição lá para degustação e outra história também, um spinoff de Stellium, Escarlate, mas que não necessita saber a história original para ler. É tudo bem explicadinho pra qualquer um que nunca tenha esbarrado em Oposição consiga entender). Eram todos comentários para Escarlate, uma menina que ia lendo e comentando parte por parte. Estava muito feliz até que... Ela vira e chama a minha personagem de Mary Sue. Vocês devem estar se perguntando: "Ah Thaísa, qual é o problema, todo mundo tem o direito de não gostar de uma personagem". Sim, real, eu mesma tenho vários leitores que odeiam a protagonista de Escarlate, a Aquamarine, mas essa é a proposta dela. Ela foi feita para ser odiada no início, porque ela é realmente detestável. Contando um pouco sobre ela, a Aquamarine vive em uma dimensão onde sua família é a mais rica de todas, portanto seus pais nunca estiveram presentes, sempre ocupados com o trabalho. Ela nasceu tendo dinheiro, fama e status social, mas foi largada pelos pais e criada sem ninguém para dar suporte a ela. Cresceu uma garota esnobe, fútil, metida, humilhando gente pobre e sem nome, não sabe nadar, não sabe cozinhar e limpar, tem uma inteligencia emocional nula e dorme abraçada com travesseiros toda a noite devido ao vazio que a falta da presença dos pais fez em sua vida. Mas ao mesmo tempo é bonita, inteligente, popular. E isso pareceu incomodar.


Sobre ser escritora e não saber o que escrever

12:52

Sobre ser escritora e não saber o que escrever

Desde que resolvi me aventurar nesse mundo louco de publicar um livro, várias pessoas e sites de conselhos para escritores falavam que eu deveria criar um blog. "Vai ser bom para a sua divulgação" disseram alguns, "as pessoas vão querer saber como você escreve" disseram outros (esse me deixou até assustada, porque né, imaginar alguém fuçando as minhas redes sociais para avaliar como é a minha escrita me deixa um pouco temerosa — o que eu sei que não deveria acontecer, já que estou publicando um livro).